Se eu fosse um pintor, desses com um talento abençoado e tranquilo, com certeza me atreveria a pintar uma série de três quadros, chamada “As lutas de Francisco”!
O primeiro traria um jovem em seus vinte e poucos anos, preparando-se para a guerra em cima de um cavalo branco, sua armadura firme contrastaria com seu olhar que já não sabe mais se essa é a forma certa de servir o seu Senhor. Sua espada está prestes a cair de sua mão. Ao fundo o céu e também a terra. A quem servir?
No segundo, contemplaríamos apenas Francisco e um leproso, figura que lhe criava asco até então. Ambos estariam abaixados, os lábios de Francisco quase tocando as mãos feridas do pobre doente. Não haveria muitas cores, mas a cor da terra dominaria as roupas de Francisco em sua tentativa de voltar a ser aquele homem simples criado do barro. Em sua face e esforço, veríamos a sua batalha interior contra si mesmo e contra seus medos, preconceitos e limites.
Finalmente, o último talvez eu desse o subtítulo de “Perfeita Alegria”, seria também o mais difícil, imagino! Cercado de malfeitores raivosos, que o tinham espancado e derramado seu sangue após um assalto, o semblante e o gestual de nosso pobre trariam toda a extensão e a expressão do perdão de Deus em meio a dor. A imagem nos inundaria com a batalha contra a violência, a injustiça, a raiva e a vingança. Nosso coração talvez se acalmasse diante do exemplo firme e das pinceladas fortes.
Não tenho o talento (que pena!), mas tenho a certeza da presença de Deus em todas as lutas de Francisco. Que sua confiança no Pai do Céu nos motive a enfrentar nossas batalhas, nossas lutas e tribulações, para que nossa vida seja uma bela obra de arte para Deus.
Daniel do Carmo Coutinho Santos
Membro da Equipe de Liturgia 7h do
Domingo na Matriz
Fornecido por CComment