O que a Igreja nos ensina sobre horóscopo e adivinhações?
Há uma tendência humana em querer prever o futuro para, quem sabe, poder controlá-lo. A ideia de incerteza traz certas angústias. Isso não se dá somente na esfera da religião ou do sobrenatural. Augusto Comte (1798-1857), principal representante da corrente filosófica denominada Positivismo, defendia o princípio de que a ciência deve prever para prover. Em outras palavras, independentemente da religião, o ser humano consegue, a partir da previsão científica dos fenômenos naturais e sociais, exercer controle sobre eles.
Porém, imperam desejos de um controle para além das questões naturais e sociais, abrangendo o universo do sobrenatural. Esses desejos ficam evidentes, sobretudo, no final e no início do ano civil. As famosas previsões de "pessoas especiais" que conseguem, com o auxílio das forças sobrenaturais, desvendar o que há de vir ganham espaços generosos nas mídias, com direito a entrevistas em programas no horário nobre, ou em jornais de grande circulação.
Não é de se estranhar que o horóscopo ganhe o seu lugar especial diariamente nos veículos de comunicação.
Mas, a Igreja Católica aprova a consulta ao horóscopo e aos outros tipos de adivinhação ligados à magia e aos médiuns?
Com sólida fundamentação bíblica, a Igreja Católica condena a consulta ao horóscopo e todo tipo de adivinhação relacionada à magia e aos médiuns, conforme expresso no Catecismo.
Catecismo da Igreja Católica:
2115 – Deus pode revelar o futuro a seus profetas ou a outros santos. Todavia, a atitude cristã correta consiste em entregar-se com confiança nas mãos da providência no que tange ao futuro, e em abandonar toda curiosidade doentia a este respeito. A imprevidência pode ser uma falta de responsabilidade.
2116 – Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas: recurso a satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas que erroneamente se supõe "descobrir" o futuro (Dt 18, 10; Jr 29, 8). A consulta aos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos de visão, o recurso a médiuns escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e, finalmente, sobre os homens, ao mesmo tempo que, um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Essas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus.
2117 – Todas as práticas de magia ou de feitiçaria com as quais a pessoa pretende domesticar os poderes ocultos, para colocá-los a seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – mesmo que seja para proporcionar a este a saúde –, são gravemente contrárias à virtude da religião. Essas práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas de uma intenção de prejudicar a outrem, ou quando recorrem ou não à intervenção dos demônios. O uso de amuletos também é repreensível. O espiritismo implica frequentemente práticas de adivinhação ou de magia. Por isso, a Igreja adverte os fiéis a evitá-lo. O recurso aos assim chamados remédios tradicionais não legitima nem a invocação dos poderes maléficos nem a exploração da credulidade alheia.
Vitor Nunes Rosa
Professor universitário. Mestre em Educação
Especialista em filosofia. Especialista em administração escolar
Licenciado em Filosofia. Formado em Teologia
André Luiz de Góes Nunes
Advogado. Especialista em Direito do Trabalho
Acadêmico de Teologia
Coordenador do curso de teologia da Escola de Formação Fé e Vida
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