Frase costumeiramente usada para explicar situações adversas ou consolar diante da dor alheia. Muitas vezes, ao enfrentarmos ocasiões tristes questionamos a ação de Deus e os motivos pelos quais não fomos agraciados com determinados livramentos. Pensamos “Ele, que é Deus, autor de todas as coisas, não poderia porventura ter evitado que isso ou aquilo acontecesse?”. Contudo, remeter a Deus a autoria de tudo o que nos aflige é cometer, no mínimo, injustiça com o Senhor.
Deus nos ama: “Israel era ainda criança, e eu já o amava” (v. 1a).
Deus nos quer perto: “E do Egito, chamei meu filho” (v. 1b).
Mas nem sempre a nossa resposta é positiva para Deus: “Mas, quanto mais os chamei, mais se afastaram” (v. 2a).
Mesmo assim, Deus não desiste de nós, ao contrário, Ele permanece cuidando de nós: “Eu, entretanto, ensinava Efraim a andar, tomava-o nos meus braços, mas não compreenderam que eu cuidava deles.” (v. 3).
Como poderia um Pai cuidadoso e amoroso como Deus, que não se cansa de expressar Seu amor de todas as formas possíveis, ser o responsável por atrocidades, violências, calamidades ou tragédias afins? Tudo isso é incompatível com o Deus de Amor e com o amor incondicional de Deus pelo homem.
O dom da vida é, de fato, o maior presente que recebemos de Deus. Porém há outros dons que também expressam a qualidade, a quantidade e a intensidade do amor que o Pai nos direciona. O livre arbítrio é um deles: “Fui para eles como o que tira da boca uma rédea” (v. 4b). A liberdade para escolher é uma dádiva. Não somos fantoches nas mãos de um artista ou animal guiado pelo cocheiro. Somos livres para ir, voltar, ir de novo, recomeçar. O amor de Deus não é sufocante, opressor, ciumento. É zeloso, presente, cuidadoso: “Segurava-os com laços humanos, com laços de amor” (v. 4a).
As nossas escolhas, contudo, nem sempre são as melhores e por vezes colhemos o que não gostaríamos, e nos esquecemos que muitas vezes fomos nós mesmos que plantamos aquilo que estamos colhendo: “...colherão assim o fruto de suas obras.” (v. 6c). E o nosso esquecimento pode fazer com que culpemos a Deus e nos decepcionemos com Ele, julgando-o frio, cruel ou distante. E assim, nos afastamos cada vez mais daquele que, na verdade, nunca nos abandona: “Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim, ou trair-te, ó Israel?” (v. 8a).
Deus sabe, sim, o que faz! Mas Ele não faz maldades, não gera dor e sofrimento, nem se alegra com a injustiça! Ao contrário, Deus se compadece de todo e cada sofrimento: “Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo de dó e compaixão” (v. 8b).
Encarar as adversidades com a serenidade de quem confia em Deus é próprio de quem tem fé; de quem confia no Senhor e sabe que Ele cria e constrói, porque Ele mesmo afirma a seu respeito: “E não gosto de destruir” (v. 9d).
Que o Senhor aumente a nossa fé nos momentos difíceis e nos conceda uma postura firme diante dos sofrimentos. Que tenhamos clareza para enxergar a Sua presença consoladora e não percamos tempo culpando a Ele ou a nós mesmos, mas reconheçamos o cuidado e o amparo que o Pai nos concede.
Deus, que sabe o que faz, nos fez no amor e para amor e se faz presente nas nossas vidas derramando copiosamente sobre nós bênçãos e graças. Que o Espírito Santo nos ajude a perceber o que vem de Deus e o que não vem. Amém!
Renata M. B. Torres
Equipe do Site
Reflexão de Oséias 11, 1-11
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