São José de Anchieta foi proclamado santo por meio de um decreto que o Papa Francisco Francisco assinou no dia 3 de abril de 2014.
O religioso Jesuíta da Companhia de Jesus, Padre José de Anchieta, com o então provincial do Brasil, padre Manoel da Nóbrega, e outros religiosos jesuítas, fundaram em 25 de janeiro de 1554, no planalto de Piratininga, o Colégio de São Paulo de Piratininga. Nascia, no ponto mais avançado do planalto, sobre uma colina situada no encontro dos rios Anhangabaú e Tamanduateí, a cidade de São Paulo, a maior da América do Sul.
Anchieta desenvolveu uma intensa ação evangelizadora não só em São Paulo, mas também em outros estados brasileiros, como Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro.
A Arquidiocese de São Paulo está em festa pela canonização de José de Anchieta e acolhe com manifestações de júbilo e Ação de Graças a Deus. Na tarde da quarta-feira, 2, às 14h, todas as igrejas e capelas da Arquidiocese tocaram os sinos, na mesma hora, além de estarem realizando celebrações espontâneas de louvor e agradecimento a Deus. O Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu Solene Oração em Ação de Graças pela Canonização de Anchieta, às 18h na Catedral da Sé; o mesmo aconteceu às 19h30 no Pátio do Colégio.
Às 14h30, no Pátio do Colégio, Dom Odilo e os Padres Jesuítas: Mieczyslaw Smyda, Provincial da Província Centro-Leste do Brasil, da Companhia de Jesus; e Carlos Contieri, Diretor do Pátio do Colégio/ SP, concederam entrevista coletiva à imprensa para falar sobre a Canonização de Anchieta.
Dois banners grandes foram expostos com a imagem de José de Anchieta em frente à Catedral da Sé e ao Pátio do Colégio.
No domingo, 6, às 9h30, fiéis se concentraram no Pátio do Colégio, onde teve a apresentação do Musical "Anchieta para todas as Tribos", da Comunidade Católica Shalom, intercalada com orações e cantos. Às 10h15, todos saíram em procissão com uma relíquia do Padre Anchieta (pedaço do fêmur), em direção à Catedral da Sé, onde, às 11h, houve a Missa Solene em Ação de Graças pela Canonização, presidida pelo Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, concelebrada por Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito, pelos bispos auxiliares, e pelo Clero presente na Catedral.
Na Catedral da Sé também estavam autoridades militares e civis entre eles Geraldo Alckmin, Governador de São Paulo; Fernando Haddad, Prefeito; Senador Eduardo Suplicy; o Deputado Federal Gabriel Chalita; além de José Renato Nalini, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado; e Ana Maria Marques Cintra, Reitora da PUC-SP.
Numa verdadeira operação conjunta entre vários veículos de comunicação, os fiéis puderam acompanhar, ao vivo, a Missa Solene por meio de 6 emissoras de televisão. No rádio, a Rádio 9 de Julho da Arquidiocese e mais 240 emissoras e 7 geradoras de rádio, uma parceria com a Rede Católica de Rádio (RCR), transmitiram a celebração; além do site da Arquidiocese de São Paulo, através da Web TV Paulo Apóstolo.
Em 24/4, às 18h (horário de Roma), o Papa Francisco presidirá Missa em Ação de Graças pela Canonização de Anchieta, na Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma.
O Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, reiterou a importância de Anchieta na evangelização de São Paulo e no Brasil. “Esta canonização, há muito esperada por nós, é motivo de especial alegria para todo o Brasil, uma vez que Anchieta é o ‘Apóstolo do Brasil’, assim proclamado já no seu funeral, em 1597. Ele marcou profundamente o início da evangelização, não apenas em São Paulo, mas em boa parte do Brasil. No centro histórico da capital paulista, o Páteo do Colégio lembra que Anchieta foi um dos fundadores desta cidade e também um dos iniciadores da Igreja nesta metrópole”.
“Deus nos oferece uma ocasião singular para o testemunho eloquente do Evangelho do Reino e da ação amorosa de Deus junto de seu povo na cidade. Ao mesmo tempo, a Providência nos convida a renovar-nos na dimensão missionária e da caridade pastoral, olhando para São José de Anchieta”, concluiu Dom Odilo.
A Canonização
No processo de sua canonização, São José de Anchieta não teve reconhecido oficialmente um 2ª milagre, conforme as regras ordinárias da Igreja. No entanto, o Papa Francisco, através do dispositivo chamado “Canonizzazione Equipollente” (Canonização equivalente), e, após certificar-se que Anchieta está em conformidade com os requisitos, estendeu seu culto à Igreja no mundo todo, pois, enquanto Beato, limitava-se aos locais onde atuou.
Padre Cesar Augusto dos Santos, sj, vice-postulador do processo de canonização de Anchieta, e outros responsáveis, redigiram um relatório a fim de demonstrar que o novo santo preenchia os três requisitos para este tipo de canonização: Culto antigo; Testemunho confiável ao longo da história em relação às suas virtudes; e Fama ininterrupta de graças.
São José de Anchieta é o primeiro santo de 2014 e o segundo jesuíta canonizado pelo Papa Francisco. Em dezembro de 2013, o sacerdote francês São Pedro Fabro (1506-1546) foi proclamado santo.
São José de Anchieta (breve histórico)
Nascido na cidade de São Cristóvão da Laguna, na ilha de Tenerife, do arquipélago das Canárias, Espanha, no dia 19 de março de 1534, Anchieta era um jovem inteligente, alegre, estimado e querido por todos. Exímio escritor, sempre se confessou influenciado pelos escritos de são Francisco Xavier. Amava a poesia e mais ainda, gostava de declamar. Por causa da voz doce e melodiosa, era chamado pelos companheiros de "canarinho".
Também tinha forte inclinação para a solidão. Tinha o hábito de recolher-se na sua cela ou de retirar-se para um local ermo a fim de dedicar-se à oração e à contemplação. Certa vez, isolou-se na catedral de Coimbra e, quando rezava no altar de Nossa Senhora, compreendeu a missão que o aguardava. Naquele mesmo instante, sentiu o chamado para dedicar sua vida ao serviço de Deus. Tinha dezessete anos e fez o voto de consagrar-se à Virgem Maria.
Ingressou na Companhia de Jesus e, quando se tornou jesuíta, seguiu para o Brasil, em 1553, como missionário. Chegou na Bahia junto com mais seis jesuítas, todos doentes, inclusive ele, que nunca mais se recuperou. Em 1554, chegou à capitania de São Vicente, onde, junto com o provincial do Brasil, padre Manoel da Nóbrega, fundou, no planalto de Piratininga, aquela que seria a cidade de São Paulo, a maior da América do Sul. No local foi instalado um colégio e seu trabalho missionário começou.
Com a morte do padre Manoel da Nóbrega em 1567, o cargo de provincial do Brasil passou a ser ocupado pelo padre José de Anchieta. Neste posto mais alto da Companhia de Jesus, viajou por todo o país orientando os trabalhos missionários.
José de Anchieta morreu no dia 9 de junho de 1597, na pequena vila de Reritiba, atual cidade de Anchieta, no Espírito Santo, sendo reconhecido como o "Apóstolo do Brasil". Foi beatificado pelo papa João Paulo II em 1980. A festa litúrgica foi instituída no dia de sua morte.
Fonte: www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
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