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Decisão de amar

“Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu inimigo e poderás odiar o teu inimigo.

Eu, porém vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem.

Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.

Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?

Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?

Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” (Mt 5,43-48)

Jesus não discursou sobre o amor. Ele amou. E, ao ensinar como se deve amar, não o fez “falando”, mas mostrando. Prestes a morrer, machucado e sem forças, Ele rezou pelos que o maltratavam: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem.” (Lc 23,34)

Mais do que ditar um roteiro a seguir, Jesus fez-se exemplo de que tipo de gestos a caridade cristã deve ser repleta, mostrando que o amor não deve estar condicionado àquilo que o outro faz para mim (se ele for bom para comigo, serei bom para com ele; se ele falar comigo, falarei com ele; se ele sorrir para mim, sorrirei para ele; se ele me cumprimentar, retribuirei o cumprimento; e assim sucessivamente). Esse é o comportamento comum e esperado. Mas, ao contrário, a proposta de Jesus contém e está contida, e envolve o extraordinário, e não somente o comum. Nela, Jesus aponta seu próprio gesto como referência, assumindo toda a dificuldade própria gerada pela ação de amar incondicionalmente.

Como São Paulo nos lembra Jesus “Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza” (II Cor 8,9). Antes que o tivéssemos amado, Ele nos amou primeiro. Antes de pedir que amássemos os nossos inimigos, Ele amou os que atentavam contra a sua vida.

Amar quem nos faz mal, quem nos olha feio, quem nos feriu, quem despreza o nosso amor. Amar, independente de o outro merecer ou não o nosso amor. Os padrões humanos de amor não podem ser a referência. O amor de Deus é a referência. “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”. Ninguém é perfeito e nunca será, mas essa não pode ser uma desculpa para não cultivarmos em nossas vidas atitudes de perfeição. Deus é perfeito, e em Deus podemos buscar a perfeição.

Desejemos que o perdão comece a fluir de nossos corações a fim de que possamos perdoar a todos os que nos maltratam ou maltrataram, e assim, possamos experimentar em nossas vidas a riqueza e a liberdade que o amor concede aos que por ele se deixam guiar.

Se ainda assim for difícil, podemos pedir auxílio, afinal, não estamos sozinhos na decisão de amar.

Podemos cantar “Vem Espírito, vem Espírito! Sozinho eu não posso mais, sozinho eu não posso mais, sozinho eu não posso mais viver. Eu quero amar, eu quero ser aquilo que Deus quer.”, e clamar a ajuda divina. Certamente, ficaremos espantados com os resultados, que ultrapassarão nossas expectativas. Vale a pena experimentar!

Renata M. B. Torres

Equipe do Site


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