Clara de nome, Clara na vida
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Nascida 1194, Clara d'Offreducci pertencia a uma nobre família da cidade de Assis. Era uma mulher dotada de grande beleza, caridosa e serena; mas, havia algo em sua personalidade que se destacava: a fidelidade. Ao decidir-se pela vida consagrada, Clara o fez quase que sozinha, apenas com o conhecimento de Francisco e os irmãos da recém fundada Ordem, de sua prima Buona e, possivelmente do Bispo de Assis, Dom Guido. No entanto, fez essa escolha sem medo, pois era uma mulher resoluta em suas decisões e no seguimento a Jesus Cristo. Quando a família soube da fuga de Clara, um exército foi montado para o seu resgate. Mas, nada foi capaz de separar Clara dos braços do seu Senhor. Ela não mediu esforços para lutar com audácia pelo seu amor por Jesus Cristo. No momento de sua consagração, Santa Clara dizia: “Meu Senhor, eu Te declaro Senhor único dos meus territórios (...). Nenhuma criatura se interponha entre nós dois, a não ser a espada da fidelidade”. E assim foi durante toda a sua vida. Santa Clara foi fundadora do ramo feminino da Ordem Franciscana, conhecido como Damas Pobres ou Clarissas. Inicialmente, Clara de Assis procurou viver o estilo da vida de São Francisco e seus irmãos, servindo os leprosos e procurando levar a todos a Palavra de Deus. No entanto, por ordem da Igreja, a vida religiosa feminina passou a ser monacal. A partir daí, Clara passou a ter uma vida contemplativa: não fez mais catequese e não mais servia aos leprosos. Não fez outra coisa além de adorar a Deus. Clara realizou o grande sonho de São Francisco de Assis: consumir-se em adoração. Sua serenidade, quase invulnerável, e a sua fortaleza na fidelidade eram o refúgio dos franciscanos. Foi em Clara que, muitas vezes, Francisco encontrou consolação e segurança, principalmente, nos dias mais difíceis que a Ordem enfrentou. Francisco disse uma vez: “Clara é como o vime: doce, flexível, mas inquebrável”. Nos seus trinta e oito anos de clausura, Clara manteve-se uma fidelíssima franciscana. Mesmo no leito de sua morte, ainda lutava pela aprovação Pontifícia que garantiria às Clarissas o privilégio da Altíssima Pobreza, onde os seus mosteiros poderiam viver sem nenhuma propriedade ou bens, mas do serviço das suas próprias mãos - algo inconcebível naquela época. Sua audácia e fé levaram-na a alcançar tão grande privilégio. Na mesma noite em que o documento de aprovação chegou a São Damião, Clara o beijou. Leram-no várias vezes para ela e, entre lágrimas, ela morreu. Assim foi a vida de Clara de Assis. Como disse Tomás de Celano: “Clara de nome, Clara na vida”. Fernanda Felix Cordeiro Membro da Com. São Francisco de Assis
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