«Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar. Disse-lhe alguém: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te”. Jesus respondeu-lhe: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”. E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”» (Mt 12,46-50).
Vínculo de amor, não de sangue
No dia da memória (facultativa) de Nossa Senhora do Carmo, a liturgia nos apresenta o trecho de Mateus, concernente ao grau de "familiaridade" com Jesus: um grau não de sangue, mas de imitação. "Aquele que faz a vontade de meu Pai... esse é meu irmão, irmã e mãe”. Entra-se a fazer parte da "sua família", não por vínculo de sangue ou afinidade religiosa, mas por escolha livre e pessoal, que se traduz no compromisso de fazer a vontade do Pai.
Maria, primeira discípula
Confirmando o que foi apenas dito, o próprio Jesus respondeu a uma mulher que exaltava sua Mãe: "Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos que te amamentaram!”. Mas Jesus replicou: “Antes, bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a observam!” (Lc 11,27-28). Maria é Aquela que sabe ouvir, que sabe guardar, que manda se dirigir ao Filho: "Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5). Maria é Aquela que nunca abandona seu Filho Jesus, nem mesmo no caminho da Cruz, "permanecendo" aos pés da Cruz. Ela é uma discípula que nunca abandona o Senhor Jesus, que sempre "o segue".
Maria, modelo dos cristãos (e Carmelitas)
Tudo isso leva-nos a imitar a Virgem Maria. Foi o que os monges fizeram e ainda estão fazendo no Monte Carmelo; porém, todo cristão é chamado a imitar Maria, aprender dela, confiar na sua intercessão para manter "a pureza da fé" contra os ídolos de Baal em nossos dias.
O escapulário que livra das penas do Purgatório
A São Simão Stock, que propagou a devoção de Nossa Senhora do Carmo e lhe compôs um lindo hino, o Flos Carmeli, ela garantiu: todos os que morrerem com o escapulário serão livres das penas do Purgatório.